segunda-feira, 23 de julho de 2012

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Freixo pode puxar eleitorado do PT e levar Rio ao 2° turno
23 de julho de 2012  18h12  atualizado às 18h59


Candidato do PMDB, Paes (esq.) lidera pesquisa Datafolha, com nome do Psol, Freixo, em segundo lugar. Foto: Ricardo Cassiano - Divulgação/ Divulgação
Candidato do PMDB, Paes (esq.) lidera pesquisa Datafolha, com nome do Psol, Freixo, em segundo lugar
Foto: Ricardo Cassiano - Divulgação/ Divulgação
PAULA BIANCHI
Direto do Rio de Janeiro
A maioria de 54% das intenções de voto alcançada por Eduardo Paes (PMDB), candidato a reeleição no Rio, em pesquisa divulgada no sábado, não é garantia de vitória no primeiro turno, segundo especialistas ouvidos peloTerra. Atrás do atual prefeito, o primeiro levantamento do Instituto Datafolha após o registro de candidaturas traz Marcelo Freixo (Psol), com 10% - empatado tecnicamente com Rodrigo Maia (DEM), com 6% - e cujo papel quando iniciar o horário político na TV e no rádio, no próximo mês, ainda é uma incógnita, de acordo com os analistas.
A campanha eleitoral ainda estaria incipiente, avaliam, e deve tomar forma com a propaganda gratuita de massa. Deputado estadual, Freixo é neófito em eleições para cargos administrativos e ainda pouco conhecido entre a população carioca - segundo o Datafolha, o deputado é reconhecido por apenas 50% dos eleitores contra os 99% de reconhecimento de Paes e 79% de Rodrigo Maia -, e por isso divide opiniões.
Para o diretor executivo do Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), Geraldo Tadeu Moreira Monteiro, o candidato do Psol tem um espaço restrito de crescimento, já que disputaria votos com os candidatos do PV, Aspásia Camargo, e PSDB, Otávio Leite. Já para o professor da PUC-RJ e cientista político Ricardo Ismael ele tem um apoio muito forte da juventude e potencial para trazer para si parte do eleitorado do PT, descontente com a aliança do partido com Paes. Além disso, há os indecisos e eleitores que rejeitam o atual governo.
"A campanha ainda está muito no início, ainda não se sabe exatamente onde Freixo vai chegar", afirma Ismael. "No decorrer da campanha o alvo preferido vai ser o próprio prefeito. Questões como a reeleição para governador em 2014, quando (Sérgio) Cabral não deve sair candidato levando o PT a cobiçar o cargo, e o impacto dos escândalos Delta/Cavendish ainda não foram medidas, o debate não foi aceso", avalia.
Monteiro, por sua vez, lembra que os outros candidatos trabalham com coligações pequenas e muitos disputam o mesmo espaço, a zona Sul carioca. "Paes é um prefeito com uma aprovação muito grande, uma relação forte com a zona Oeste, é difícil que alguém se sobressaia", diz.
O professor da UFRJ e cientista político Charles Pessanha coloca ainda a presença das Olimpíadas como um fator a ser levado em conta. "Esse favoritismo já era esperado. Paes tem uma maioria consistente, está na Prefeitura, tem a série de obras que estão sendo realizadas na cidade a seu favor. Após os Jogos Olímpicos a eleição deve ganhar mais atenção e outros candidatos devem crescer", explica.
Pessanha ressalta a tentativa de repetir e conquistar o eleitorado de Fernando Gabeira, que levou o ex-deputado de candidato minoritário a opositor de Paes no segundo turno na última eleição. "É uma campanha difícil. O eleitorado carioca é muito mobilizado, mas ainda não entrou na campanha. Sempre há possibilidade de segundo turno."
Antonio Carlos (PCO), Aspásia (PV), Cyro Garcia (PSTU) e Fernando Siqueira (PPL) atingem 1% das intenções de voto, cada um. Votos em branco ou nulos somam 14%, e 8% estão indecisos. O Datafolha ouviu 927 pessoas entre os dias 19 e 20 de julho. Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, Paes lidera com 21% das intenções de voto. Marcelo Freixo é citado por 4% e Rodrigo Maia tem 1%. Pretendem votar em branco ou anular o voto 11% e 55% estão indecisos. Segundo o Instituto, a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

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